sexta-feira, 15 de julho de 2011

De qual direito estamos abrindo mão?



Jo 1. 12 Mas, a todos quantos o receberam, aos que crêem no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus.
Vamos relembrar um pouco da história de Esaú e Jacó, naquele momento crucial no qual Esaú vendeu seu direito de primogenitura ao irmão Jacó.
Gêneses: cap.25
21 Ora, Isaque orou insistentemente ao Senhor por sua mulher, porquanto ela era estéril; e o Senhor ouviu as suas orações, e Rebeca, sua mulher, concebeu.
22 E os filhos lutavam no ventre dela; então ela disse: Por que estou eu assim? E foi consultar ao Senhor.
23 Respondeu-lhe o Senhor: Duas nações há no teu ventre, e dois povos se dividirão das tuas estranhas, e um povo será mais forte do que o outro povo, e o mais velho servirá ao mais moço.
24 Cumpridos que foram os dias para ela dar à luz, eis que havia gêmeos no seu ventre.
25 Saiu o primeiro, ruivo, todo ele como um vestido de pelo; e chamaram-lhe Esaú.
26 Depois saiu o seu irmão, agarrada sua mão ao calcanhar de Esaú; pelo que foi chamado Jacó. E Isaque tinha sessenta anos quando Rebeca os deu à luz.
27 Cresceram os meninos; e Esaú tornou-se perito caçador, homem do campo; mas Jacó, homem sossegado, que habitava em tendas.
28 Isaque amava a Esaú, porque comia da sua caça; mas Rebeca amava a Jacó.
29 Jacó havia feito um guisado, quando Esaú chegou do campo, muito cansado;
30 e disse Esaú a Jacó: Deixa-me, peço-te, comer desse guisado vermelho, porque estou muito cansado. Por isso se chamou Edom.
31 Respondeu Jacó: Vende-me primeiro o teu direito de primogenitura.
32 Então replicou Esaú: Eis que estou a ponto e morrer; logo, para que me servirá o direito de primogenitura?
33 Ao que disse Jacó: Jura-me primeiro. Jurou-lhe, pois; e vendeu o seu direito de primogenitura a Jacó.
34 Jacó deu a Esaú pão e o guisado e lentilhas; e ele comeu e bebeu; e, levantando-se, seguiu seu caminho. Assim desprezou Esaú o seu direito de primogenitura.

Por que Jacó cobiçava esse direito?
No oriente, o primogênito, ou o filho mais velho, gozava de certos privilégios em relação aos outros filhos. Dava-se isto de um modo especial entre os hebreus. O primogênito era consagrado ao Senhor (Êx 22.29). Pertencia-lhe a excelência da dignidade e a excelência do poder (Gn 49.3). Quando morria o pai, recebia ele porção dobrada na distribuição dos bens de família (Dt 21.17) - e nas famílias reais era ele quem sucedia no trono (2 Cr 21.3). O direito de primogenitura e os privilégios que lhe eram inerentes poderiam ser retirados por inconveniente conduta do primogênito, como no exemplo dos filhos de Isaque, sendo transferidos os direitos dessa situação (Gn 27.37). Davi, por direção divina, excluiu do trono a Adonias, para favorecer Salomão, sendo marcada a preferência pelo ato da unção. O filho mais velho era muito respeitado na família, e à medida que a família ia crescendo, ia ele pouco a pouco obtendo mais autoridade, vindo por esse fato a ser o maioral - ‘cabeça da casa de seu pai’ (Nm 7.2, e 21.18, 25.14). A ‘dobrada porção’ da herança da família, que cabia ao filho mais velho pela Lei de Moisés, explica o ter pedido Eliseu porção dobrada do espírito de Elias (2 Rs 2.9). Nas primitivas genealogias das Escrituras, o primogênito de uma linha é muitas vezes mencionado (Gn 22.21 e 25.13) de um modo particular. Também uma especial santidade se achava ligada no Judaísmo ao titulo de primogênito, e é neste sentido que, segundo parece, é aplicado ao Messias (Rm 8.29 - Cl 1.18 - Hb 1.6 - Ap 1.5) - e como co-herdeiros Dele reclamam os remidos a sua herança (Lc 22.29 - Rm 8.17 - Cl 3.24).
http://www.bibliaonline.net/scripts/dicionario.
- Já existia a profecia, a promessa de que o maior serviria ao menor. Independente da simbologia dessa passagem quanto ao antigo e novo concerto, vejamos, dentre muitas, três lições importantes que aprendemos com essa história.
I – O direito de ser o maior:
                Esaú nasceu primeiro, portanto, a ele tinha sido dada uma porção maior quanto à herança e obrigações. Os outros filhos eram abençoados, mas ao primogênito cabia a maior parte e o lugar de chefe da família. Esse lugar lhe era assegurado como algo natural. Ele não precisou “brigar”, nem pedir, nem trabalhar para conseguir essa postura. Foi-lhe dado de “graça”. Seu irmão Jacó, entretanto, apesar de gêmeo, pela seleção natural, nasceu depois que ele. Um era mais amado do pai e outro mais amado da mãe. Um era caçador, vivia fora, outro era caseiro, mais calmo.
                Há muitos filhos de Deus com chamados específicos em sua vida espiritual. Alguns de posse de promessas, aguardando. Outros tem ministério por tradição, outros porque pediram, almejaram. Há pessoas que têm a habilidade natural de falar, ensinar, servir, de administrar,  de pregar, de relacionamento. Outros nasceram com a voz linda e se engajaram no ministério do louvor, conseguindo ou não sucesso nacional ou internacional. Independente da forma como esse privilégio veio, precisamos observar essa história e guardar um segredo importante. Por mais habilidades que tenhamos, por mais direito que tenhamos, haverá um momento em que precisaremos nos resguardar e entender que o que possuímos e consagramos ao Senhor, precisa ser preservado acima de nossos interesses pessoais. O privilégio concedido por Deus abrange um âmbito espiritual que é invisível. Que age no reino espiritual e somente pessoas com discernimento podem compreender tal coisa.
II – O direito de escolha:
                Esaú voltava de uma caçada. Vinha como fome e cansado. Quantas vezes em nossas jornadas, diante das dificuldades, estamos como Esaú, como fome, com sede. Longos anos de um casamento atribulado, sem respeito, nos faz presa fácil de um amor fútil. Muitos anos de desemprego, salários baixos, dificuldades financeiras, nos faz presa fácil de ofertas encantadoras  nas quais escondem-se segundas intenções ou preceitos fora da vontade de Deus. Doenças, filhos ingratos, amizades falsas, perseguições na igreja são problemas que nos desnorteiam. Principalmente se  esses problemas alongam-se. Vendo de fora, nessa visão crítica,é fácil apontarmos Esaú como alguém fraco. Mas pela forma como ele agiu quando foi em busca da benção que o pai lhe daria,  parecia não ter levado a sério  momento em que vendeu seu direito a Jacó. (Gênesis 27:34-36). Não havia nada escrito sobre  o pacto feito com o irmão. De forma que ele tentou mais tarde vingar-se do ato de Jacó em ter-lhe “roubado” o direito que lhe pertencia.(Gen. 27:41). Esaú se sentia vítima do irmão e em nenhum momento parou para entender o porquê daquela situação em sua vida. Não houve arrependimento por ter desprezado o seu direito. As lágrimas vertidas eram relacionadas aos bens que deveria ter herdado.  
                Porque Deus havia permitido que o pai, Isaac, fosse enganado na hora de ministrar a benção ao filho? Será que era porque Deus já havia estabelecido aquilo. Será que já era “sina”, ou seja, destino para Esaú?
                No decorrer de nossas breves vidas, de nossos árduos ministérios e chamadas, vamos nos deparar com situações semelhantes. Oferecer-nos-ão propostas em momentos que estaremos sedentos, famintos, necessitados de “uma porta”. Para Esaú, aquele momento nada significou porque ele já tinha um histórico de desobediência aos preceitos divinos. Ele não respeitava a tradição de fé existente em sua família. Era-lhe fácil se relacionar com as nações vizinhas (Gênesis 26:34) e compartilhar de seus caminhos, sem sentir nenhum remorso por isso. Por mais direito e habilidade que demonstrasse em substituir o pai, quando este morresse, faltava-lhe algo importante: o compromisso com os preceitos de Deus.
A herança de Deus, os seus segredos serão dados aos que o temem, aos que o honram em qualquer circunstancia. Salmos 37-40ss.
                Podemos escolher entre servir a Deus ou às nossas necessidades. Nossos desejos carnais. Há muita gente que tem feito como Esaú. Mentem “por brincadeira”, experimentam algo aqui ou ali “por enquanto”, vivem a se expor e expor o evangelho. O compromisso parece existir apenas sob os olhos de quem lhe interessa. Como se precisasse vestir uma roupagem na frente do pastor, dos pais, de amigos convertidos, mas longe desses, está sempre a “brincar’ de convertido.
III – o direito de ser chamado Filho:
                Aos que receberam Jesus como Salvador foi-lhe dado o direito de serem filhos. Porque ao que nos consta, somos criaturas de Deus. Ser filho dEle é algo muito maior que apenas ter nascido filho de pessoas cristãs. Ser filhos dEle significa agir como Ele, viver como Ele, ser feitura e imagem Sua. Compactuar das pequenas derrapagens da vida é viver uma vida sem compromisso. A nossa imagem deve refletir a imagem do nosso pai celestial, por isso, é lá fora, no mundo, onde nossa luz, nossa aparência deve está mais em evidencia. Cuidado com quem você está fazendo “acordos”. Na hora de sua sede, de sua fome, procure quem tem a água da vida e o pão eterno.
                São essas pequenas coisas que demonstram se somos fiéis  ao Senhor.  Confirmados pelo Senhor são os passos do homem em cujo caminho ele se deleita; salmos 37:26.
                 
Lc. 19:17: Sede Fiel no mínimo para que o Senhor te coloque sobre o muito.
Sue Paulino

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