A mensagem a seguir tem como base a leitura bíblica no evangelho de Lucas, 15:8,9,10. Que diz -
Ou qual a mulher que, tendo dez dracmas, se perder uma dracma, não acende a candeia, e varre a casa, e busca com diligência até a achar?
E achando-a, convoca as amigas e vizinhas, dizendo: Alegrai-vos comigo, porque já achei a dracma perdida. Assim vos digo que há alegria diante dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende.
Todo o capítulo quinze do evangelho de Lucas está distribuído em três parábolas, mas todas trazem uma só mensagem: algo ou alguém que se perdeu. São histórias familiares para os cristãos leitores da Bíblia. Cada uma com uma mensagem sobre resgate, arrependimento, mudança de atitude, ajuda e socorro diversos. Essas três histórias foram proferidas em resposta aos fariseus que murmuravam entre si pelo fato de Jesus estar entre publicanos e pecadores ensinando-lhes, dando-lhes atenção e mesmo comendo com eles.
O primeiro grupo era composto de cobradores de impostos, judeus que trabalhavam para Roma. Portanto, eram considerados traidores, já que cobravam de seu próprio povo para dar aos seus opressores. Os judeus eram cativos do Império Romano.O segundo grupo era composto por pessoas que não seguiam, a rigor, as leis de Moisés, além dos desviados ou combalidos como: beberrões, prostitutas, ladrões, mendigos, escravos, doentes, deficientes, etc. Com essa mensagem de perdidos e achados, Jesus mostra a essência do seu evangelho que é buscar o que se havia perdido. Glória a Deus que Ele nos achou e não desistiu de nós!
Entre as três parábolas, vamos falar sobre a segunda: cujo título é A dracma perdida. A dracma era uma moeda de prata grega equivalente ao denário romano e valia um dia de serviço no campo. Havia um costume entre as famílias em dar às mulheres um colar ou outro atavio com essas moedas, geralmente representando o dote pago do marido por ela.
Além de formalizar o compromisso dela com o noivo , era também uma forma de segurança. Caso acontecesse um infortúnio, ela, vendo-se sozinha e sem amparo, poderia utilizar os valores para recomeçar a vida ou buscar parentes.
Nessa história, Jesus apresenta uma situação na qual a mulher perde uma das moedas em sua própria casa. Qualquer pessoa que perde valores tende a buscá-los. Essa manifestação deve ser vista também em sentido espiritual e cultural. É uma situação que tem muito a ver com as crenças e educação que recebemos ao longo de nossas vidas. Nosso caráter é moldado pelos ensinamentos e influências interiores e exteriores, sejam peças naturais ou questões espirituais. A bíblia diz em Lucas 12.34. “Por isso, onde estiverem os vossos bens mais preciosos, certamente aí também estará o vosso coração.”
À medida que nos afastamos de Deus, nos aproximamos de outras fontes que possam preencher o vazio deixado por Ele. No Éden, podemos ver como o criador se relacionava com a criatura. Nosso Senhor fazia questão de ir até Adão para conversar com ele. Não era uma visita de revista ou controle, mas de conhecimento entre ambos. Imagino como a conversa entre eles tinha caráter instrutivo e de conhecimento. Adão deveria administrar o jardim e, certamente, recebia orientação do Pai.
Desde o Éden, Deus estabeleceu leis e regulamentos para orientar a humanidade. Inicialmente, proibiu o acesso à árvore do conhecimento do bem e do mal. Após a queda, sua mensagem de relacionamento com Ele e sua criação estava presente na consciência humana. Deus acompanhou a família de Adão de perto, como vemos no caso de Caim e Abel, e também quando houve o começo do culto a Ele na descendência de Sete , Gên. 4:27. Essas leis e ensinamentos refletem o cuidado divino e a busca por uma relação justa e íntima com a humanidade.
O propósito dos regulamentos divinos é orientar a humanidade, estabelecendo padrões morais, éticos e práticos para uma vida justa e equilibrada, principalmente em comunidade. Essas leis e ensinamentos refletem o cuidado de Deus protegendo-nos contra o mal e incentivando o bem. Além disso, eles apontam para a necessidade de redenção e apontam para a esperança em Cristo.
Ainda que Deus tivesse ficado em silêncio, suas obras magníficas falariam por si mesmas. Sobre isso, o apóstolo Paulo escreveu na epístola para os romanos : “Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se veem pelas coisas que estão criadas, para que eles, os que não creem em Deus, fiquem inescusáveis; Porquanto, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes em seus discursos se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu. Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos. E mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de répteis.” Rom. 1.20-23.
Além dessa exuberância de coisas criadas; temos, em nós, a essência de Deus. Ele fez questão de nos fazer conforme “a sua imagem e semelhança.” Gênesis 1:27. Sendo assim, o que sabemos ou nos movemos a fazer de bom é porque ainda temos esse tesouro dentro de nós. A essência do Deus único, cuja Glória os homens tentaram e tentam dar às suas invenções. Is. 42:17 deixa um alerta a quem assim procede: Tornarão atrás e confundir-se-ão de vergonha os que confiam em imagens de escultura, e dizem às imagens de fundição vós sois deuses.
Em Êxodo 19.5-6, o Senhor diz: Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes a minha aliança, então sereis a minha propriedade peculiar dentre todos os povos, porque toda a terra é minha. E vós me sereis um reino sacerdotal e o povo santo.
Também I Cor. 6. 19-20 diz: “Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo, e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus.
Diante dessa revelação, como cristãos, temos a responsabilidade de viver em santidade, separando-nos do que é contrário ao Caminho do Senhor. No mundo atual, com o crescimento do pecado e a influência de pensadores divergentes da Palavra de Deus,temos acessos a muitas oportunidades que podem nos afastar do Senhor. Embora essa mudança de rota seja bem vista e aclamada pela sociedade, devemos resistir a essas tentações para não perdermos nossos valores em casa, na igreja e na família. Jesus enfatizou que não basta apenas chamá-Lo de Senhor; é essencial fazer a vontade do Pai para entrar no reino dos céus Mat. 7:21.
O cristianismo, desde sua adoção pelo Império Romano até os dias atuais, influenciou fortemente os valores morais e éticos ocidentais. São valores como: a dignidade humana, caridade, perdão, a importância da comunidade, práticas e valores relacionados ao vestir, casar e outros costumes sociais. Muitos ainda resistem no meio da comunidade europeia e americana, embora a globalização e laicização tentem veementemente erradicar toda e qualquer cultura cristã, fazendo uso da máquina pública, da própria igreja representada pela massificação da doutrina e dos meios de comunicação. São muitos representantes do lado anti-cristão agindo na política, na cultura e na educação.
As influências contrárias à bíblia estão por todos os lados, inclusive aplaudidas ou amenizadas por lideranças pseudo-cristãs. Os cristãos são ridicularizados quando defendem a moral e os bons costumes de acordo com a bíblia. Por causa disso, muitos estão se assemelhando ao mundo na tentativa de aceitação.
Em suma, enquanto o cristianismo moldou profundamente muitos aspectos dos valores culturais ocidentais, influenciando a política, a sociedade e a família, um movimento contrário, pregando a libertação da opressão masculina e da igreja, recrutou mulheres e homens néscios, além de jovens imaturos para serem a voz retumbante dessa nova era, que propaga valores totalmente contrários ao que foi estabelecido por Deus.
É fato que houve e há abusos por parte daqueles que receberam a missão da liderança na sociedade, na igreja e na família, porém não podemos trazer um novo modelo de regência distanciado dos padrões divinos. Ao contrário, as vozes oprimidas devem buscar ser ouvidas à luz da bíblia e não longe dela.
Ainda bem que, desde a tradução da Bíblia e a vantagem de ela ser reproduzida por diversos meios gráficos; podemos, através de uma comunhão sincera com o Espírito Santo, saber o que Deus quer de nós, na condição de seus filhos. O Senhor diz em Salmos 101:6: “Os meus olhos estarão sobre os fiéis da terra, para que se assentem comigo; o que anda num caminho reto, esse me servirá.” Deus continua falando através de seus profetas e através de sua Palavra disponível a todo aquele que crê. E, independentemente de onde estivermos, e como estivermos nesse emaranhado de doutrinas a favor da bíblia ou contrários a ela, …”cada um dará conta de si mesmo diante de Deus.” É o que afirma sua palavra em Rom.14:12.
Portanto, devemos aprender com a parábola da dracma perdida e fazer como aquela mulher, quando acendeu a candeia que representa a Palavra de Deus - a fim de iluminar sua casa escura, guiando-a na busca dos valores que perdeu. A bíblia diz: “Lâmpada para os meus pés é a tua Palavra e luz para o meu caminho. quem não se guiar por, estará em escuridão total.
Aquela mulher também varreu a sua casa sombria, buscando com diligência, nos lugares menos prováveis. Isso reflete uma busca cuidadosa e detalhada, persistente e minuciosa até achar o que procurava. Essa atitude nos faz lembrar do que o Senhor diz em Jr.29.13: E buscar-me-eis, e me achareis, quando me buscardes com todo o vosso coração.
A expressão "buscar com todo o coração" significa dedicar-se completamente à busca espiritual e à conexão com Deus. É um ato de devoção e entrega total, onde a pessoa busca se aproximar Dele em todos os aspectos, inclinando sua alma a Ele e investindo tempo em Sua presença. Essa expressão é usada várias vezes na Bíblia, enfatizando a importância de buscar a Deus sem distrações, seja na oração, na leitura da Palavra, no jejum e devocional em grupo ou sozinho.
Jesus expressa, na parábola das dez dracmas, uma jornada que é possível empreender em busca de valores que negligenciamos ao longo de nossas vidas e , como consequência, nos afastamos dEle. Ele faz questão de ressaltar que a mulher buscou diligentemente até achar a moeda. Isto nos alerta a buscar, sem desistir, a essência do cristianismo que nasceu em Cristo e culmina para Ele. Em Rom; 11.36 está escrito: Porque dele e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém.
Vamos ampliar, pois, a nossa disposição para buscar a presença e o mover do Espírito Santo em nossa vida diariamente, e buscar, com diligência, os valores cristãos ensinados pelos pais da igreja através da bíblia, até resgatarmos esses valores.
Há mais de dois mil anos que a humanidade recebeu as Boas Novas de salvação através de Jesus e, desde o seu regresso ao Céu, que as bases do verdadeiro evangelho vêm sendo sacudidas por aqueles que desejam modificá-las ou torná-las mais atraentes para conseguir seguidores e encher as igrejas que eles chamam de suas. Mas o alerta deixado por Jesus foi que a porta era estreita e o caminho apertado. E que nós deveríamos nos esforçar para entrar por ela. Mat. 7:13-14.
Na finalização dessa mensagem, quero lhe perguntar: _Quem está por trás dos costumes, da cultura e dos modelos de vida que estão nos oferecendo dia a dia na mídia, na internet, nos filmes, e até mesmo nos grupos de estudo bíblico?
É possível reconhecer um cristão numa praia? Em um shopping? No trabalho? ou qualquer ambiente fora da igreja? Não estamos nós nos vestindo, andando e falando igual ao mundo? Como nos relacionamos com nosso cônjuge, amigos e parentes? Como cuidamos de nossa aparência interna e externa?
Para a maioria das pessoas e, principalmente para as mulheres cristãs, parece que nosso corpo não é morada do Espírito Santo, porque o estamos mostrando como objeto de desejo e concupiscência. Não nos pintamos demais, apertamo-nos demais, enfeitamos demais nossa aparência, a fim de seguirmos um padrão mundano e não o padrão bíblico?
Expomos nossa privacidade nas mídias sociais e fazemos desabafos por lá. Descrevemos os escândalos, mas não oramos por aqueles que caíram. Quantos cristãos não estão comemorando a morte de meliantes e desafetos seus escancaradamente ao invés de chorar pelas almas que se perdem para sempre? Podemos ter prazer na desgraça de quem quer que seja? Olhemos para nossa maneira de viver, pensar, vestir, andar, e ganhar nosso pão de cada dia, e perguntemos a Deus, com sinceridade e insistência, se com esse comportamento estamos lhe agradando. A bíblia nos alerta em I Cor. 10:32 “Portai-vos de modo que não deis escândalo nem aos judeus, nem aos gregos, nem à igreja de Deus”. Na epístola do apóstolo Pedro está escrito no cap.1º.versículo 15: “ Mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver.
Que Deus nos abençoe hoje e sempre e faça resplandecer a sua glória sobre nós, amém!
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